Redes sociais revelam a insatisfação do brasileiro com as condições das rodovias

Relatos sobre acidentes, muitos deles fatais, e sobre a má conservação representam o maior volume de menções a estradas nas redes sociais , segundo o monitoramento realizado pela FGV/DAPP – que registrou 61 mil referências ao tema entre os dias 15 e 22 de agosto. O retrato das redes revela um cenário de insatisfação com o principal modo de transporte do país e se soma à insatisfação com o transporte público nas grandes cidades. As referências classificadas na categoria “acidentes” chegaram a 4.800 no período – quase 10% do total – e se mostraram bem distribuídas geograficamente, sugerindo uma realidade comum em todo o país. As queixas sobre a má conservação se concentraram no RJ, SP, MG e RS. A estrada mais mencionada, nesse sentido, foi a BR-101, via que percorre boa parte do litoral brasileiro, seguida pela BR-381 e pela BR-116, todas de grande importância para a infraestrutura rodoviária, que representa a maior parte do transporte de cargas e passageiros no Brasil.

PEDÁGIOS TÊM 61% DE AVALIAÇÃO NEGATIVA

Em relação a pedágios, foram registradas cerca de 900 menções, mais da metade (61%) com visão negativa, sobretudo por conta do valor de tarifas em estradas de São Paulo e Paraná. As referências positivas – apenas 6% do total – tratavam-se em geral da defesa de concessões como possível solução para a má conservação das rodovias federais e estaduais. A busca por alternativas à infraestrutura rodoviária, como os sistemas ferroviário e portuário, desponta também como tema pertinente da pauta pública relativa a soluções de mobilidade e desenvolvimento.

As menções a acidentes, mortes, estradas perigosas e queixas por má conservação mostram a necessidade de infraestrutura rodoviária segura e adequada. Não se verificam alertas ou clareza na incidência dos problemas citados nas redes por parte dos governos e empresas responsáveis.

O retrato extraído do monitoramento de rede revela, portanto, a demanda por políticas públicas voltadas não só à melhoria da qualidade do sistema rodoviário, mas também por mais transparência quanto aos problemas e às ações efetuadas ou planejadas para resolvê-los.

  • Data: 27/08/2014
  • Autor: - Fonte: