O maior produtor agrícola do país, Mato Grosso deverá ampliar ainda mais seus números nesta safra, a 2016-17, conforme dados atualizados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apresentou o 5º Levantamento da atual temporada. Conforme as informações, o Estado irá colher 55,94 milhões de toneladas, volume que, se confirmado, corresponderá a 25,53% dos 219,14 milhões de toneladas previstas para o país nesse ciclo. Mato Grosso aumenta em 28,8% a sua produção em relação ao ano passado e também a sua participação no total nacional, que vinha nas últimas safras em torno de 24%.

Dentro desse cenário vislumbrado pela Conab, Mato Grosso não apenas se mantém líder absoluto na produção agrícola do país - principalmente de soja, milho e algodão - como segue para o sexto ano consecutivo ocupando a principal posição do país e quebra seu próprio recorde de produção.

Esse crescimento em produção não se dará apenas sobre a expansão anual de área em 2,8%, que passou de 14 milhões de hectares (ha) plantados para 14,39 milhões. O avanço previsto de 43,24 milhões de toneladas (t) para 55,94 milhões, conforme projetam os técnicos da Conab, está pautado na produtividade, em razão dos investimentos realizados pelos produtores e do bom clima que vem acompanhando a maior parte das lavouras no Estado, até o momento. Nesse 5º levantamento, a previsão de produtividade, por exemplo, aumenta em 25,3%, ao passar de 3.101 mil quilos/ha para 3.885 mil kg/ha.

Ainda considerando o crescimento anual de quase 29% na oferta de grãos e fibras, Mato Grosso seguirá na safra 2016-17 como o estado com a maior expansão na produção (28,8%) levando em conta os três maiores produtores nacionais. O segundo maior, o Paraná, tem previsão de ofertar 38,44 milhões/t, o que, se confirmado, garantirá um crescimento anual de 7,3% e terceiro maior, o Rio Grande do Sul, viria com oferta de outras 32,20 milhões/t, apontando redução de 2,5% em relação à safra 2015-16.

CULTURAS – Apesar de não ser a cultura de maior valor no estado, o milho promete ter um ano de plena recuperação. Conforme a Conab, o cereal terá a maior expansão em volume, com previsão de crescer de uma safra para outra 52,4%. Se a projeção de confirmar, Mato Grosso deverá colher a partir de junho 22,96 milhões/t ante 15 milhões de 2016. A previsão é de que a semeadura que está sendo realizada pelos produtores nesse momento, em todas as regiões do Estado, totalize 4,04 milhões/ha. Na safra passada foram 3,76 milhões/ha.

Conforme os técnicos da Conab, “as melhores condições climáticas, associadas à baixa oferta do cereal, devem permitir o incremento de 7,3% de área de milho segunda safra em relação à safra anterior, apesar do aumento do custo de produção. Quanto à produtividade, a expectativa é de recuperação do rendimento médio, tendo em vista as boas condições climáticas para a cultura. Espera-se que a média atinja 5.679 kg/ha ante 3.999 kg/ha da safra 2015-16”. Eles chamam a atenção ainda que no país a segunda safra de milho registra o oitavo ciclo seguido de aumento na área plantada desta cultura devido à sucessão de cultura com a soja, plantada na primeira safra.

Em Mato Grosso, principal produtor nacional de algodão, a estimativa atual aponta para uma recuperação gradativa na intenção dos produtores e os números atuais se equiparam ao ocorrido na safra passada. “O clima tem favorecido os trabalhos de campo em todo o estado, com chuvas intercaladas com breves períodos de sol. Os talhões já semeados estão em bom desenvolvimento vegetativo e a avaliação da lavoura incipiente é considerada ótima e estima-se que a produtividade seja superior ao registrado no período anterior, quando se contabilizaram 3.664 kg/ha”, descrevem os técnicos da companhia. Para a fibra, a área plantada foi mantida inalterada, 600 mil/ha, mas com a aposta na recuperação da produtividade, a produção da pluma deverá passar de 880,5 mil/t para 954,8 mil/t.

A soja, a cultura de maior peso e valor no estado, deverá ofertar volume recorde: 30,34 milhões/t, 16,6% mais do que as 26 milhões/t da safra passada. O crescimento também está baseado na produtividade, já que a área plantada cresce apenas 1,3%, de 9,14 milhões/ha para 9,25 milhões/ha. “O aumento de área plantada, combinado com a maior produtividade da soja deve contribuir para que Mato Grosso registre, caso a situação favorável de clima se confirme, produção recorde da oleaginosa”.

BRASIL - A produção de grãos para a safra 2016-17 está estimada em 219,1 milhões/t, um novo recorde histórico, com aumento de 17,4% ou 32,5 milhões de toneladas frente à colheita anterior (186,6 milhões t). Para a soja a projeção é de 105,6 milhões/t, outro recorde.

Diário de Cuiabá

• Data: 10/02/2017
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