ROUBO DE CARGAS
MT: Roubo de Cargas muda rotina de Caminhoneiros
Em dez anos, 201 motoristas e ajudantes já morreram. As regiões Sudeste e Sul são as que registram mais ocorrências. Mas os dados da violência no Centro-Oeste preocupam.
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O roubo de cargas nas estradas de Mato Grosso durante o período de escoamento da safra está mudando a rotina dos caminhoneiros e o aparato de segurança das transportadoras. A reportagem é de Jonas Campos.
Um motorista foi atacado quando subia uma serra. Os bandidos aproveitaram a velocidade reduzida para agir.
“Já desceu um por um lado e outro pelo outro lado, já meteu um revólver na orelha e falou: ‘cai fora’. Eu achei que ia morrer", diz o motorista Valmir Ronssani.
No período da colheita da safra, a circulação de caminhões nas rodovias de Mato Grosso triplica e os assaltos se tornam mais frequentes.
Por isso, os caminhoneiros tomam alguns cuidados. Viajam em comboio e evitam certos horários.
"Procuro não rodar muito à noite e sair no clarear do dia. A gente sabe que sai, mas não sabe se volta", revela o caminhoneiro.
“Tem rodovias e estradas que o caminhoneiro nem frete pega", diz Antonio Carlos Deijani, do Sindicato das Empresas Transportadoras do Mato Grosso.
A polícia reforçou o cerco às quadrilhas. Ubaldo de Jesus, que segundo as investigações, já teria roubado mais de 50 caminhões e caminhonetes, foi preso em uma chácara em Várzea Grande, disfarçado de fazendeiro.
"A ação dele é violenta, aquela que chega amarra o caminhoneiro, toma de assalto o veículo, arma na vítima e leve o veículo", ressalta o delegado Marcos Veloso.
Dentro da casa onde o criminoso se escondia, foi encontrado um arsenal. Havia até uma espingarda equipada com luneta.
A arma, que permite um disparo preciso a 150 metros do alvo, era usada para atingir os pneus das carretas.
Nos últimos dez anos, 201 motoristas e ajudantes perderam a vida nas ações violentas das quadrilhas de roubo de carga. As regiões Sudeste e Sul são as que registram o maior número de ocorrências. Mas os dados da violência nos estados do Centro-Oeste também preocupam.
São pelo menos R$ 36 milhões em prejuízos. Para se prevenir dos assaltos, uma empresa equipou os 45 caminhões com rastreadores por satélite. O aparelho inibe, mas não evita o roubo.
“A partir do momento em que você é rendido, não tem reação", lamenta um caminhoneiro.
- Data: 17/07/2014
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