Quase uma semana após o anúncio da redução dos preços do óleo diesel ao consumidor pelo governo federal em 9%, na prática, a queda ainda não chegou às bombas. O litro do produto ainda está cotado entre R$ 2,38 e R$ 2,39.

O Diário percorreu ontem as principais avenidas da cidade que abrigam postos de combustível, em Cuiabá, e em apenas um posto – localizado na Avenida Miguel Sutil, próximo ao Parque Mãe Bonifácia, bandeira Petrobrás – estava com preço diferenciado na bomba. No posto, o litro do óleo diesel está sendo vendido por R$ 2,22, redução de 6,53% em relação ao preço médio de R$ 2,38 praticado em Cuiabá. Um dos funcionários do posto explicou que a redução foi “automática”. “Repassamos o preço na bomba na mesma proporção que a distribuidora nos repassou”, informou um dos funcionários.

Nos postos, a explicação para a não redução dos preços é a mesma da semana passada: “Ainda não recebemos a planilha nova da distribuidora”, disse o gerente Paulo Marques, acrescentando que os percentuais de redução dependem da tabela adotada pela distribuidora. Paulino Gonçalves, gerente de um posto na Avenida Rubens de Mendonça, também diz estar na expectativa da distribuidora. “Só poderemos reduzir o preço na bomba quando nossos fornecedores nos entregarem o combustível com o preço diferenciado”

Enquanto as companhias não repassam os novos preços com a redução anunciada pela União e acatada pela Petrobras, as revendas seguem vendendo o diesel ao mesmo preço da semana passada. A Petrobras faz o reajuste do diesel de acordo com a variação do preço do barril do petróleo.

De acordo com pesquisa de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre os dias 31 de maio e 6 de junho, Mato Grosso teve valor médio de bomba a R$ 2,36, mas o mesmo litro obtém máxima de R$ 2,62 em Alta Floresta (800 quilômetros ao norte de Cuiabá). A média mato-grossense é a terceira mais cara do Brasil, ficando atrás apenas do preço de Roraima (R4 2,49) e Acre (R$ 2,46).

A reportagem do Diário procurou o Sindipetróleo, mas não conseguiu falar com os diretores para explicar os motivos do atraso para repassar a redução do diesel aos consumidores.

Observando o último levantamento da ANP, houve majoração sobre os preços do diesel repassados pelas distribuidoras aos postos. Na semana de 31 de maio a 6 de junho, o valor médio das companhias no Estado foi de R$ 2,10. Já na semana de 7 de junho a 13, passou a R$ 2,11.

AGRICULTURA – Na agricultura, os produtores mato-grossenses comemoraram uma redução média de 7% nos preços do diesel nas principais regiões produtoras. Em algumas regiões, os preços caíram de R$ 2,38 para R$ 2,21, gerando uma economia de R$ 113 milhões na safra 2009/10. Os gastos diesel somente nas lavouras de soja, algodão e milho, somente dentro da fazenda, devem cair de R$ 828 milhões para R$ 770 milhões, economia de R$ 58 milhões caso os preços do combustível sejam mantidos durante a entressafra.

Em Mato Grosso, 70% do consumo de diesel pertencem à agricultura, com algodão, milho e soja demandando um volume de 348 milhões de litros na atual safra. Esses valores referem-se apenas às despesas operacionais dentro da lavoura. Já o consumo total de diesel para movimentar a agricultura será de 475 milhões de litros de diesel, o equivalente a R$ 1,05 bilhão.

No ano passado, o diesel representou uma despesa de R$ 790 milhões para os agricultores. Com a redução do diesel, este desembolso cairá para cerca de R$ 735 milhões na próxima safra.

• Data: 17/07/2014
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