Estudo da CNT apresenta as rodovias esquecidas pelo poder público
O que leva uma Ligação Rodoviária a aparecer de forma frequente nas últimas posições da Pesquisa CNT de Rodovias durante 14 anos? Para responder a essa pergunta, a Confederação produziu o estudo Rodovias Esquecidas do Brasil - Transporte Rodoviário. O levantamento selecionou as 15 ligações rodoviárias esquecidas das 109 avaliadas anualmente pela CNT. Como critério, adotou-se a regra de que a extensão deveria ser majoritariamente de jurisdição federal e que aparecesse por, pelo menos, quatro vezes entre as vinte últimas posições do ranking de classificação de ligações da Pesquisa CNT de Rodovias nas edições publicadas entre 2004 e 2017.
Durante esse período, foram realizadas 13 pesquisas utilizando os mesmos métodos de avaliação, o que permitiu a construção de uma base de dados ampla o suficiente para verificar a evolução da qualidade das ligações selecionadas.
O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Clésio Andrade, diz que a superação desses problemas requer fortes investimentos em infraestrutura. O quadro apresentado pela CNT nesse estudo é dramático, pois demonstra a incapacidade do Estado de promover a melhoria das rodovias brasileiras, o que leva à perpetuação das deficiências na infraestrutura de transporte.
Veja as 15 piores ligações rodoviárias entre 2004 e 2017:
1 - Açailândia (MA) Miranda do Norte (MA)
2 - Araguaína (TO) Picos (PI)
3 - Barracão (PR) Cascavel (PR)
4 - Dourados (MS) Cascavel (PR)
5 - Florianópolis (SC) Lages (SC)
6 - Governador Valadares (MG) João Neiva (ES)
7 - Jataí (GO) Piranhas (GO)
8 - Maceió (AL) Salgueiro (PE)
9 - Manaus (AM) Boa Vista (RR) Pacaraima (RR)
10 - Marabá (PA) Dom Eliseu (PA)
11 - Marabá (PA) Wanderlândia (TO)
12 - Poços de Caldas (MG) Lorena (SP)
13 - Porto Velho (RO) Rio Branco (AC)
14 - Rio Brilhante (MS) Porto Murtinho (MS)
15 - Salvador (BA) Paulo Afonso (BA)
A conclusão mostra que as más condições das rodovias que compõem as ligações se devem ao baixo nível de investimento realizado pelo governo federal. Apesar de a maior parte dos recursos, 67,9% do orçamento público federal aportado especificamente nas ligações, ser destinada a ações de manutenção, o volume de recursos é insuficiente para promover a melhoria da qualidade oferecida aos usuários.
A CNT calcula que sejam necessários R$ 5,80 bilhões apenas para solucionar os principais problemas identificados nessas rodovias. Assim, para recuperar apenas as piores ligações rodoviárias do país, é necessário destinar a essas ações prioritárias o equivalente a 69,7% do recurso autorizado pelo governo federal para intervenções rodoviárias em 2017.
Vale ressaltar que os valores identificados podem não representar a totalidade dos investimentos feitos nas rodovias em questão. Isso pode ocorrer pela falta de transparência do governo na divulgação dos dados e pela ausência de identificação correta das BRs onde houve aplicação de recursos.
Para saber mais detalhes, acesse aqui.
- Data: 29/03/2018
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