Fretes aumentam com nova lei
Passados mais de quatro meses desde que foi sancionada e após uma paralisação da categoria ao fim de julho e um período de fiscalização com caráter educativo, a chamada "lei do caminhoneiro" entra efetivamente em vigor amanhã, quando os motoristas poderão ser multados se descumprirem as regras.
A Lei n 12.619 continua alvo de críticas e tem exigido uma série de adaptações operacionais e financeiras pelas grandes transportadoras brasileiras. A obrigatoriedade de um descanso de 30 minutos a cada quatro horas de rodagem, o respeito de uma hora diária para almoço e o repouso por 11 horas a cada 24 horas trabalhadas são alguns dos fatores que têm levado as empresas a aumentarem o número de funcionários próprios ou terceirizados. Segundo companhias consultadas pelo Valor, os custos já apresentam um aumento de até 40%.
Até o momento, a Gafor Logística conseguiu ajustar 70% de seus contratos e aponta uma elevação de 20% a 30% no valor do frete, por conta do maior número de veículos e também de motoristas, cuja quantidade subiu 35%. A avaliação sobre a nova legislação, contudo, é positiva.
"A lei tem um período natural de ajuste, traz uma mudança enorme, mas normatiza o segmento. A médio ou longo prazo ela é favorável", diz o presidente da Gafor, Sergio Maggi Júnior.
No caso da JSL, o impacto foi menor, dado que pouco mais de dois terços dos trajetos são de curta distância e pelo fato de os caminhões da empresa não rodarem após as 22h. Ainda assim, em casos específicos, o aumento do custo pode chegar a 40%. "Todas as operações sofrem impacto, ainda que pequeno", comenta o diretor de operações da companhia, Adriano Thiele.
Por conta da parada obrigatória após quatro horas de trabalho, a JSL promoveu algumas mudanças. Os motoristas rodam agora com diários de bordo onde precisam registrar cada parada.
"O procedimento de gestão muda bastante, mas a rotina do motorista não sofre impacto. As operações mais afetadas são as de cargas perecíveis. Em alguns casos, tivemos de chamar motoristas adicionais, mas essas são apenas operações pontuais", ressalta o executivo da JSL, empresa que conta hoje com cerca de 7 mil motoristas e segue em período de contratações.
A JSL também considera a nova regulamentação positiva, mas avalia que os motoristas precisam contar com infraestrutura para cumprir a nova legislação. A lei estabeleceu que deveriam ser montados pontos de apoio a cada 200 quilômetros nas rodovias, mas o item foi vetado pela presidente Dilma Rousseff.
"Contamos com 139 filiais, mas existem muitos motoristas sem ter onde parar hoje. Ainda há um dever de casa para ser cumprido", observa Thiele.
A Mira Transportes calcula um aumento de ao menos 30% no seu quadro de motoristas que operam em longas distâncias - percursos a partir de 600 quilômetros. O presidente-executivo da empresa, Carlos Mira, também relata dificuldade em novas contratações e, por conta disso, tem realizado treinamentos e promovido funcionários ao cargo de motorista. A frota da empresa de transportes só não sofrerá um crescimento acima do normal porque os negócios estão mais desaquecidos.
"Todo ano, atualizamos a frota, atualmente de 550 veículos, comprando até 20% a mais. Desta vez, a alta será de apenas 10%, porque tivemos um primeiro semestre ruim", conta Mira.
A Atlas Transportes & Logística ainda não sentiu necessidade de aumentar o quadro de motoristas para grande parte de suas operações por elas serem, em sua maioria, de curta distância. Já para os trechos mais longos, a empresa deverá elevar a quantidade e a participação de terceiros, em função da redução do número de viagens realizadas pelos veículos.
A Lei n 12.619 continua alvo de críticas e tem exigido uma série de adaptações operacionais e financeiras pelas grandes transportadoras brasileiras. A obrigatoriedade de um descanso de 30 minutos a cada quatro horas de rodagem, o respeito de uma hora diária para almoço e o repouso por 11 horas a cada 24 horas trabalhadas são alguns dos fatores que têm levado as empresas a aumentarem o número de funcionários próprios ou terceirizados. Segundo companhias consultadas pelo Valor, os custos já apresentam um aumento de até 40%.
Até o momento, a Gafor Logística conseguiu ajustar 70% de seus contratos e aponta uma elevação de 20% a 30% no valor do frete, por conta do maior número de veículos e também de motoristas, cuja quantidade subiu 35%. A avaliação sobre a nova legislação, contudo, é positiva.
"A lei tem um período natural de ajuste, traz uma mudança enorme, mas normatiza o segmento. A médio ou longo prazo ela é favorável", diz o presidente da Gafor, Sergio Maggi Júnior.
No caso da JSL, o impacto foi menor, dado que pouco mais de dois terços dos trajetos são de curta distância e pelo fato de os caminhões da empresa não rodarem após as 22h. Ainda assim, em casos específicos, o aumento do custo pode chegar a 40%. "Todas as operações sofrem impacto, ainda que pequeno", comenta o diretor de operações da companhia, Adriano Thiele.
Por conta da parada obrigatória após quatro horas de trabalho, a JSL promoveu algumas mudanças. Os motoristas rodam agora com diários de bordo onde precisam registrar cada parada.
"O procedimento de gestão muda bastante, mas a rotina do motorista não sofre impacto. As operações mais afetadas são as de cargas perecíveis. Em alguns casos, tivemos de chamar motoristas adicionais, mas essas são apenas operações pontuais", ressalta o executivo da JSL, empresa que conta hoje com cerca de 7 mil motoristas e segue em período de contratações.
A JSL também considera a nova regulamentação positiva, mas avalia que os motoristas precisam contar com infraestrutura para cumprir a nova legislação. A lei estabeleceu que deveriam ser montados pontos de apoio a cada 200 quilômetros nas rodovias, mas o item foi vetado pela presidente Dilma Rousseff.
"Contamos com 139 filiais, mas existem muitos motoristas sem ter onde parar hoje. Ainda há um dever de casa para ser cumprido", observa Thiele.
A Mira Transportes calcula um aumento de ao menos 30% no seu quadro de motoristas que operam em longas distâncias - percursos a partir de 600 quilômetros. O presidente-executivo da empresa, Carlos Mira, também relata dificuldade em novas contratações e, por conta disso, tem realizado treinamentos e promovido funcionários ao cargo de motorista. A frota da empresa de transportes só não sofrerá um crescimento acima do normal porque os negócios estão mais desaquecidos.
"Todo ano, atualizamos a frota, atualmente de 550 veículos, comprando até 20% a mais. Desta vez, a alta será de apenas 10%, porque tivemos um primeiro semestre ruim", conta Mira.
A Atlas Transportes & Logística ainda não sentiu necessidade de aumentar o quadro de motoristas para grande parte de suas operações por elas serem, em sua maioria, de curta distância. Já para os trechos mais longos, a empresa deverá elevar a quantidade e a participação de terceiros, em função da redução do número de viagens realizadas pelos veículos.
"A indústria será obrigada a rever seu planejamento de vendas considerando os novos prazos de entrega. Já os operadores logísticos e as transportadoras deverão estudar formas de compensar a produtividade dos veículos através de uma melhor programação de transporte, redução dos tempos de carga e descarga e agendamento das entregas como forma de minimizar os custos agregados à operação. Ainda assim, é bem provável o repasse, mesmo que parcial, dos custos nos fretes de nossos clientes", diz o diretor de planejamento e marketing da Atlas, Lauro Felipe Megale.
Também favorável à legislação, ele destaca que as novas medidas poderão contribuir para a redução dos índices de acidentes nas estradas brasileiras.
Fonte: Valor Econômico - 10/09/2012
Também favorável à legislação, ele destaca que as novas medidas poderão contribuir para a redução dos índices de acidentes nas estradas brasileiras.
Fonte: Valor Econômico - 10/09/2012
- Data: 17/07/2014
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