Manifestantes do MST liberam rodovia por 40 minutos após fila quilométrica
Os manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deram uma trégua e liberaram por 40 minutos a MT-358, entre Tangará da Serra e Nova Olímpia, a 242 e 207 quilômetros de Cuiabá, respectivamente, nesta quarta-feira (21), após meio dia de protesto. Depois desse período, eles voltaram a bloquear a rodovia para cobrar mais rapidez nas desapropriações e assentamento de 500 famílias que encontram-se acampadas na região médio norte há mais de um ano, bem como de outras duas mil em todo o Mato Grosso.
Um dos líderes do movimento, Valdir Alves da Silva, disse que os manifestantes decidiram encerrar o bloqueio por algum tempo em razão do congestionamento de veículos de rodovia. "Nós paramos porque o congestionamento estava chegando na Serra Tabirapuã e é perigoso por causa dos riscos de acidentes", afirmou. Segundo ele, havia mais de 8 quilômetros de fila de veículos.
Conforme o representante do movimento, cerca de 300 pessoas estão no local, entre crianças e adultos. O trânsito está liberado apenas para ambulâncias. As famílias que bloquearam a rodovia vivem no acampamento "Ernesto Che Guevara", próximo da Serra Tapirapuã, em Tangará da Serra, a 242 quilômetros de Cuiabá.
O superintendente do Incra em exercício, Salvador Soltério de Almeida, informou ao G1 que o órgão atende a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para a suspensão de todos os processos de desapropriação por um certo período até que seja feita revisão dos lotes ocupados irregularmente no estado. "Não podemos descumprir uma recomendacao do MPF, apesar de considerar que a reivindicação deles é justa", afirmou.
A assessoria do MST informou que centenas de famílias estão assentadas há mais de um ano aguardando o parcelamento da área por parte do Incra, que "burocratiza e não agiliza o processo". "Consequentemente, as famílias estão expostas às piores condições, sem moradores, sem acesso a créditos, etc", diz trecho da carta de reivindicações do MST.
Eles também cobram a garantia de um compromisso firmado pelo Incra, em audiência realizada no dia 17 de outubro do ano passado, acerca da aquisição de terras destinadas aos assentamentos das famílias e fornecer infraestrutura aos assentamentos já existentes.
G1/MT
- Data: 17/07/2014
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