CNT avalia potencial de ampliação da infraestrutura de transporte no Brasil
A nova edição do boletim Transporte em Movimento, divulgada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) nesta quarta-feira (28), mostra o potencial de desenvolvimento do setor com a implementação das propostas elencadas no Plano CNT de Transporte e Logística. Lançado em agosto, o Plano previu a necessidade de 2.342 projetos de integração nacional para todos os modais de transporte, com investimentos mínimos de R$ 1,36 trilhão. Para o modal aéreo, o Plano apresenta 219 projetos aeroportuários, divididos entre adequação e construção de aeroportos. De acordo com o Transporte em Movimento, com as intervenções, o país poderia operar um total de 208 aeroportos. Isso aumentaria a cobertura do transporte aéreo em 63,8%. Atualmente, 127 terminais de cargas e de passageiros estão em funcionamento no Brasil.
Já no ferroviário, os 440 projetos indicados no Plano têm potencial para aumentar em 90% a densidade da malha ferroviária no Brasil. A extensão de trilhos em operação passaria dos atuais 29.074 km para 55.156,8 km. Dessa forma, a densidade sairia de 3,4 km para 6,5 km de trilhos por 1.000 km² de área territorial. Os investimentos previstos para o modal no Plano CNT somam um total de R$ 531,97 bilhões. O trabalho também elenca a necessidade de 193 projetos para adequação das hidrovias brasileiras, totalizando investimentos de R$ 147,57 bilhões. O boletim Transporte em Movimento indica que, após os aportes, a extensão economicamente navegável chegaria a 35.576,13 km - atualmente, são 19.464 km -, praticamente dobrando a densidade hidroviária no país (de 2,3 km para 4,2 km por 1.000 km2 de área territorial). Por fim, para o modal rodoviário, o Plano CNT elencou 981 projetos de adequação e construção de rodovias em todos os estados do Brasil, somando quase 90 mil km e R$ 500 bilhões em investimentos. Os projetos de construção e pavimentação de rodovias somam 20.810,5 km. Segundo o Transporte em Movimento, com eles, a malha rodoviária pavimentada chegaria a 234.263,3 km e passaria da densidade atual de 25,1 km/1.000 km² para 27,5 km/1.000 km². A CNT também propôs a duplicação de 26.637,8 km de rodovias. Hoje, a extensão das rodovias duplicadas representa 5,2% do total de rodovias pavimentadas do país. Considerando todos os projetos propostos, essa parcela aumentaria para 17,6%. Em alguns modais percebe-se um aumento expressivo da infraestrutura disponível. Por outro lado, verifica-se que, mesmo com o montante de investimento proposto, a disponibilidade da infraestrutura no Brasil ainda ficaria muito aquém da observada em outros países. Isso demonstra o resultado de décadas de baixo investimento no setor de transporte e reforça o fato de que tais investimentos são, em sua maioria, de longo prazo. Por isso, é importante que o governo adote uma política de planejamento do setor que atravesse mandatos e que possa, de fato, tornar-se uma política de Estado, diz o boletim. O documento também sugere que o governo deve retomar o planejamento sistêmico de longo prazo e aprimorar a Política Nacional de Transportes. Além disso, deve estabelecer metas claras de curto, médio e longo prazos e aprimorar aspectos regulatórios a fim de se viabilizar e atrair os investimentos necessários, principalmente por parte da iniciativa privada.
- Data: 29/11/2018
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