Protestos de caminhoneiros bloqueiam rodovias no PR, SC, SP, MG, ES e MT
Caminhoneiros protestaram em vários estados nesta segunda-feira (1º), bloqueando estradas no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso. Algumas das reivindicações da categoria são melhorias nas rodovias, subsídio ao preço do óleo diesel, isenção do pagamento de pedágio e a votação e sanção imediata do projeto que aprimora a Lei do Motorista.
A PR-182, em Realeza, no Paraná, foi bloqueada por volta 11 horas desta segunda-feira (1º) por causa do protesto dos caminhoneiros. A estrada foi liberada, por volta das 14 horas, no quilômetro 464. Segundo a PRE, a mesma rodovia ficou interditada no quilômetro 459 até as 18 horas. Os manifestantes prometem bloquear a via no mesmo local novamente nesta terça-feira, a partir das 7h30.
A rodovia BR-376, entre Ponta Grossa e Curitiba, ficou interditada entre as 15h20 e as 15h40 desta segunda-feira (1º), em frente à Heineken, devido à manifestação dos caminhoneiros. Por volta das 17h, um grupo fez um piquete no pátio de um posto de combustíveis no Distrito Industrial de Ponta Grossa.
No trevo de Castro, nos Campos Gerais, na PR-151, caminhoneiros estavam parando, no fim da tarde desta segunda-feira, os demais carreteiros, mas liberando a passagem de carros de passeio e de ônibus.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Ponta Grossa, Neori Leobet, está em Brasília, onde terá uma reunião com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sobre alterações na Lei do Descanso. A orientação do sindicato é para que os caminhoneiros parem por 72 horas para apoiar protestos nacionais em prol de melhorias para a categoria.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, às 16 horas, que nenhuma rodovia federal que corta o Paraná estava interditada em decorrência das manifestações dos caminhoneiros.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, o protesto nacional dos caminhoneiros começou às 10h e fechou duas rodovias do Oeste do Estado. Em Palmitos (559 km de Florianópolis), os caminhoneiros fecharam a BR-158. Em Maravilha (576 km de Florianópolis), a BR-282.
A manifestação reunia às 13h de hoje cerca de 50 caminhoneiros em cada uma das cidades, segundo a PRF. Não houve violência. Os caminhoneiros liberaram a passagem de carros de segurança e ônibus. Em faixa colocada no acostamento, o grupo avisou que vai repetir o bloqueio na quarta-feira (4).
São Paulo e Minas Gerais
Caminhoneiros também bloquearam o trânsito na Anchieta, em São Paulo. Eles disseram que só deixariam a rodovia se o governador Geraldo Alckmin (PSDB) os recebesse.
A rodovia Cônego Domênico Rangoni também foi bloqueada por caminhoneiros em protestos nesta manhã. Por volta das 10h30, um comboio de caminhões, acompanhado pela Polícia Militar Rodoviária, causou lentidão no sentido São Paulo do km 1 ao km 8 da rodovia SP 248 -continuação da Cônego.
Já na Grande São Paulo, um protesto também de caminhoneiros bloqueou o tráfego nos dois sentidos da pista expressa da Castello Branco, em Barueri. A concessionária CCR Viaoeste, que administra a via, montou desvios no km 32, no sentido São Paulo, e km 26, no sentido interior.
Filas de veículos se formaram do 30 km ao km 33, no sentido capital paulista. Na direção do interior, houve lentidão entre o km 18 e o km 19 e os kms 23 e 24. Já no trecho sul do Rodoanel, na região de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), um grupo de manifestantes da cidade interrompeu o tráfego no km 45, sentido Mauá. Houve lentidão do km 40 ao km 46.
Em Minas, três rodovias federais tiveram bloqueios apenas para caminhões. Ônibus e carros foram liberados para trafegar por uma pista da rodovia bloqueada, segundo a polícia.
Os protestos aconteceram em dois pontos da rodovia Fernão Dias, nos municípios de Igarapé (região metropolitana de Belo Horizonte) e em Carmópolis de Minas. Na BR-381, trecho norte (liga BH a Governador Valadares), os protestos aconteceram em João Monlevade, São Gonçalo do Rio Abaixo e em Antônio Dias.
Outro protesto aconteceu na BR-040, que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. O trecho é em Nova Lima, na saída da capital mineira.
Os congestionamentos de caminhões nas pistas bloqueadas chegou a aproximadamente oito quilômetros, exceção do trecho de 20 km da Fernão Dias que vai de Igarapé a São Joaquim de Bicas. Todo esse trecho ficou tomado por caminhões.
Cafeicultores da região leste de Minas Gerais também aderiram aos protestos e bloquearam desde as 10h30 de hoje a BR-262, em Manhuaçu (a 282 km de Belo Horizonte), que liga o território mineiro a Vitória (ES).
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o protesto aconteceu no trevo de Realeza, próximo à confluência das rodovias BR-262 e BR-116 (Rio-Bahia). Não havia informações sobre congestionamentos. A PRF informou que o motivo do protesto é para reivindicar melhores preços da saca de café de 60 kg.
Espírito Santo e Mato Grosso
Grupos de caminhoneiros bloquearam rodovias em três cidades do Espírito Santo nesta manhã. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os manifestantes querem isenção de pedágio e redução de impostos que incidem sobre o óleo diesel.
O maior bloqueio ocorreu na BR-262 em Viana (22 km de Vitória), onde três caminhões foram estacionados sobre as pistas para bloquear o tráfego.
A manifestação começou às 6h30 no km 9,5 da rodovia. Ambulâncias, carros de passeio e ônibus passaram pelo acostamento. Os outros dois bloqueios ocorreram na BR-101, a principal ligação do Espírito Santo com o Rio de Janeiro.
Em Iconha (84 km de Vitória) o protesto fechou a rodovia no km 374. Em Rio Novo do Sul (102 km de Vitória), no km 392.
Nessas duas cidades também ficou liberada a passagem de ambulâncias, ônibus e carros de passeio.
Patrulheiros do posto central da PRF no Espírito Santo informaram, às 11h30, que o protesto era pacífico.
Em Mato Grosso, a BR-364, que liga Cuiabá a Rondonópolis, ficou fechada desde as 7h. Por dia, passam 15 mil veículos na rodovia.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o bloqueio aconteceu ainda no perímetro urbano e, por volta do meio-dia, o congestionamento nas duas pistas já somava 10 quilômetros
Lei do Descanso
O Mubc protesta para defender mudanças na Lei do Descanso dos motoristas, que entrou em vigor no ano passado. O grupo defende uma flexibilização das regras para aumentar o tempo à frente do volante dos motoristas. A mesma flexibilização é defendida por grupos empresariais ligados a grandes embarcadores de cargas, como empresas do setores de bebidas e agricultura.
Já outros grupos de caminhoneiros, os que são empregados de empresas de transportes, são contrários às mudanças na Lei de Direção. Os empresários do setor de transporte de carga também não querem as mudanças defendidas pelos autônomos e embarcadores.
Amanhã está marcada a votação de um projeto na comissão especial da Câmara que modifica a lei. O parecer do relator, Valdir Colatto (PMDB-SC), flexibiliza a lei passando o tempo de direção sem paradas de 4 horas para 6 horas. Grupos que defendem a segurança no trânsito prometem protestos no Congresso contra as alterações.
Texto: Gazeta do Povo - Londrina
Foto: Simone Alves
- Data: 17/07/2014
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